Fragmentos

A via democrática

A ida à democracia liberal é uma tentativa de exploração dos quadrantes de Leibniz.

Um movimento da ordem à organização, evitando a queda na desordem.


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Notas

Do realismo democrático

Os comentários que seguem pressupõem a leitura deste texto, com um argumento libertário sobre a resposta israelense ao terrorismo:

Uma “judia que odeia a si mesma”

Como sempre, os argumentos libertários parecem plausíveis:

=> todo estado está fundado na violência;

=> todo estado é ilegítimo.

(deixo de lado aqui a suposição quase mística de que o estado é a origem de todo o mal na terra)

Agora, temos de perguntar se há alternativa ao monopólio do uso da força por alguma instituição estatal ou semelhante: pode-se instaurar o mínimo de civilidade sem o uso da força?

Há alternativa à democracia, se queremos justamente amenizar o uso da força no contexto político?

O libertário acha que sim: basta o uso da razão e a adesão a contratos explícitos, ou seja, o apelo único e exclusivo a ações voluntárias.

Problema:

Toda a interação voluntária depende do reconhecimento, por todos os envolvidos, das regras pressupostas para o bom convívio, por exemplo, a teoria libertária da propriedade (seja ela qual for).

Se não aceito a teoria libertária da propriedade, como a minha interação com o sistema libertário pode ser considerada voluntária?

Para a efetivação mínima do libertarianismo, a aceitação deste pano de fundo comum (uma teoria mínima do direito de propriedade e a adesão a relações voluntárias) é pressuposta.

Vamos chamar esta aceitação de “o mínimo de civilidade exigido”.

Pois bem, este mínimo de civilidade é instaurado pela força ou por adesão voluntária?

Tem de ser por adesão voluntária, mas então como lidamos com os “não civilizados”?

Este problema só não aparece aos libertários porque utopias estão imunes às condições mínimas de efetivação dos ideias aventados. A diferença entre democracia e libertarianismo é a diferença entre realismo e utopismo.

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Notas

Anarcocapitalismo não é alternativa viável à democracia

Por que não?

1) Falsa ontologia => atomismo social

Mas pessoas são seres sociais, e a sociedade é uma rede pessoas.

2) Objetivo político inviável => idealismo prático (utopismo)

O anarcocapitalismo pressupõe um conceito abstrato de pessoa, análogo ao sujeito transcendental kantiano, e um conseqüente purismo político (pessoas como seres racionais abstratos, que interagem em um abstrato espaço de possibilidades livre de coerção atual ou potencial).

3) Conceito contraditório de lei => tentativa de reduzir todos os bens a bens privados

Mas a lei é, por definição, um bem público (conceito incompreensível à luz do paradigma anarco).

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